Um membro do partido PODEMOS teve sua casa incendiada por indivíduos desconhecidos, enquanto o representante dessa sigla no distrito de Macanga, na província de Tete, está detido na Polícia da República de Moçambique (PRM). Essas informações foram divulgadas pelo candidato à presidência, Venâncio Mondlane, que classificou a situação como um exemplo de intolerância política.
Nesta terça-feira, Mondlane esteve em Macanga para mais um dia de campanha, visando as eleições gerais de 9 de outubro. Em um ambiente festivo, com música, dezenas de pessoas se reuniram para ouvir suas propostas caso seja eleito presidente.
O candidato fez denúncias sobre atos de intolerância contra membros do PODEMOS, partido que atualmente apoia sua candidatura. "Um membro do nosso partido teve sua casa queimada apenas por apoiar nossa causa. Uma mulher da liga da Mulher foi expulsa do 3 de Fevereiro ao ser descoberta como membro do PODEMOS. E, neste momento, o mandatário do PODEMOS está detido na polícia. Que tipo de país é esse?" indagou Mondlane.
Ele também comentou sobre a precária situação das escolas na região, afirmando: "Hoje visitei várias escolas onde as crianças estudam no chão, sem quadros ou cadernos, enquanto o dinheiro das escolas é desviado para financiar campanhas de um partido político."
Mondlane ressaltou que esses problemas também afetam a saúde pública. "Nos hospitais, falta medicamento e o atendimento é inadequado. O dinheiro destinado aos hospitais é desviado para campanhas de um certo partido," acusou.
O candidato expressou seu descontentamento com o apoio que ex-presidentes da Frelimo, como Armando Guebuza e Joaquim Chissano, estão dando à campanha de Daniel Chapo. "Esses dois, que já estão aposentados, foram convocados para reforçar o candidato deles, pois não conseguem lidar com a minha candidatura. Isso é mais um crime, já que vivem do dinheiro do povo," declarou.
Mondlane concluiu afirmando que os ex-presidentes não deveriam fazer campanha partidária, mas sim trabalhar para o povo. Ele prometeu ser um governante comprometido com os cidadãos e restaurar os valores morais do país, caso seja eleito.
Fonte: O País