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Professora fraudulenta que lecionou por 30 anos também criou materiais de Matemática que ainda são utilizados.
Com documentos de habilitação falsificados, Paula Pinto Pereira assegurou a sua permanência na carreira docente em 2003 e alcançou o 10.º escalão, o qual é o mais elevado e bem remunerado da profissão, recebendo na época mais de 2 mil euros líquidos por mês.
A professora, que lecionou durante 30 anos em uma escola na Margem Sul, também é autora de manuais de Matemática que ainda são utilizados por alunos do 11.º e 12.º anos em diversas instituições de ensino.
Apesar de ter sido dispensada por falsificação de documentos e estar sob acusação de burla qualificada pelo Ministério da Educação, a editora responsável pelos manuais afirmou que estes mantêm sua validade.
Os livros de Matemática e os cadernos de atividades são publicados pela Raiz Editora, que, ao ser contatada pela TVI-parte do mesmo grupo da CNN Portugal-, defendeu a qualidade e a rigorosidade dos conteúdos, assegurando que passaram por uma revisão científica.
Um relatório da Inspeção-Geral da Educação e Ciência comprovou que Paula Pinto Pereira enganou o Ministério da Educação, apresentando certificados falsos de bacharelato, licenciatura e mestrado, quando na verdade não possuía nenhuma dessas qualificações. Ela enfrentou um procedimento disciplinar e foi demitida da Escola Secundária Daniel Sampaio, na Sobreda da Caparica, onde ainda lecionava. Atualmente, o Ministério da Educação está buscando na Justiça que a professora devolva cerca de 350 mil euros em salários recebidos indevidamente.
Isso ocorreu porque, por meio de documentos falsificados, Paula Pinto Pereira conseguiu integrar os quadros definitivos da carreira docente em 2003 e se posicionou no 10.º escalão, o mais elevado e com a maior remuneração da carreira de professor. Assim, naquela época, essa professora, sem as devidas qualificações, recebia mais de 2 mil euros líquidos mensalmente.
Até agora, suas publicações de Matemática ainda permanecem disponíveis nas livrarias e são utilizadas pelos estudantes em Portugal.
Fonte: CNN Portugal