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CONFLITO ENTRE RÚSSIA E UCRÂNIA: Moçambique reafirma a urgência do diálogo.
O vice-ministro das Relações Externas de Moçambique, Manuel Gonçalves, reafirmou ontem no Conselho de Segurança da ONU a posição do país sobre a importância do diálogo para resolver o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Durante uma sessão dedicada à Ucrânia, que contou com a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Manuel Gonçalves alertou que a falta de ações imediatas para resolver a disputa pode colocar em risco o futuro prometedor que se deseja garantir para as próximas gerações, tanto na Ucrânia quanto globalmente.
“À medida que o conflito na Ucrânia se aproxima de seu terceiro ano, observamos com grande preocupação que a violência armada ainda prevalece sobre os apelos por paz, resultando em uma situação humanitária devastadora”, afirmou.
Ele ainda destacou que a comunidade internacional permanece preocupada com o risco de conflitos mais amplos na Europa, sentindo um aumento da apreensão em relação à escalada das tensões na região.
"É essencial reconhecer que o mundo se encontra em um momento decisivo, onde corremos o risco de não cumprir nosso compromisso de 'proteger as gerações futuras do flagelo da guerra'. As possíveis repercussões desse fracasso podem ser ainda mais graves do que as devastadoras consequências de conflitos globais passados", destacou.
A reunião de ontem aconteceu poucos dias após os líderes mundiais terem aprovado o Pacto para o Futuro, um documento significativo que propõe 56 medidas para garantir um futuro melhor para a humanidade.
Manuel Gonçalves citou a experiência de Moçambique para enfatizar que a utilização da força sempre resulta em destruição.
"Essas ações aprofundam as divisões, geram ressentimento e causam um sofrimento inominável às partes mais vulneráveis de nossa sociedade. Acreditamos firmemente que a violência, seja qual for a justificativa apresentada, não cria as condições necessárias para uma paz sustentável", afirmou.
Ele argumentou que é por meio do diálogo construtivo, da paciência, de uma abordagem pautada em princípios e de uma busca incansável por justiça e compreensão mútua que podemos estabelecer as bases para um mundo que proteja as futuras gerações da ameaça de conflitos armados.
Ele também apontou que a situação na Ucrânia é um claro lembrete da fragilidade da paz e da grande responsabilidade que o mundo tem em preservá-la.
"Portanto, devemos rejeitar de forma veemente a tentação de responder à força com mais força. Em vez disso, é fundamental que continuemos a apoiar os mesmos princípios que nos orientarão há mais de setenta anos: o respeito pela soberania, a integridade territorial e a resolução pacífica das disputas", enfatizou.